Homilia – 16º Domingo do Tempo Comum (17/07/2022) – “Aquele que acolhe, também se faz missionário!”
Meus irmãos e minhas irmãs, estamos no 16º Domingo do Tempo Comum e a liturgia de hoje nos convida a refletirmos sobre a importância do acolhimento e da hospitalidade.
A acolhida sempre foi uma característica muito marcante na vida dos cristãos, chamados a acolher com AMOR e servir com HUMILDADE.
Por isso, em nossa igreja, se faz tão importante a Pastoral da Acolhida, que muito mais que entregar folhetos, sorri e saúda quem chega. Quem acolhe também se torna um missionário e ajuda a Palavra de Deus a chegar àquele que é acolhido! Nós somos acolhidos na Casa do Senhor e Ele nos oferece o melhor: sua Palavra e a Eucaristia!
As leituras que acabamos de ouvir nos apresentam pessoas que acolheram o Senhor, muitas vezes sem perceber que estavam acolhendo ao próprio Deus! Por isso, Jesus diz: “todas as vezes que fizestes isso a um dos mais pequeninos, foi a mim que o fizeste”.
Como a acolhida é uma característica dos cristãos, ao acolhermos nosso irmão, acolhemos a Deus!
Quem acolhe, mostra para o outro a sua importância e deixa claro que a sua presença faz a diferença! Quem acolhe se alegra e leva a alegria a quem chega!
Na Primeira Leitura (Gn 18, 1-10a), vemos a acolhida de Abraão, que vê três homens passarem próximo à tenda onde ele estava. Ele vai ao encontro deles e diz: “Senhor, não passe sem parar aqui para descansar”.
Abraão oferece-lhes água para que possam lavar os pés. Este era um gesto que ajudava a pessoa a descansar. Em seguida, manda preparar para eles a melhor comida!
Na Tradição da Igreja, se diz que três homens são a figura da Santíssima Trindade, muitas vezes representadas na arte com a imagem de três anjos, como na pintura de Rublev.
Após estes homens serem bem acolhidos, eles deixam uma grande promessa: “no próximo ano, quando passarmos por aqui, tua esposa Sara estará com uma criança”.
Sara e Abraão já era idosos e aqui, vemos a promessa de Deus para os que sabem acolher e ser caridosos!
A caridade jamais é esquecida por Deus! A acolhida que fazemos, como gesto de humildade e de amor, também não são esquecidos por Deus!
Assim, vemos como é importante reservarmos um tempo para acolher, mas para isso, é preciso preparar-se!
A pastoral da acolhida é a primeira a chegar para a Missa, preparam o folheto, colocam seus crachás e se posicionam na entrada para acolher todos os que chegam.
Assim, quem se propõem a acolher, deve se antecipar e providenciar todo o necessário!
Na Segunda Leitura (Cl 1, 24-28), em sua carta aos Colossenses, São Paulo diz: “viver para mim é Cristo”. O apóstolo dá o seu próprio testemunho, mostrando que acolheu em sua vida a Nosso Senhor Jesus Cristo e essa acolhida transformou-o completamente!
Aquele que acolhe, também se faz missionário!
No Evangelho (Lc 10, 38-42), vemos duas irmãs que acolhem Jesus em sua casa: Marta e Maria.
Marta está muito preocupada com o seu trabalho e em acolher bem em sua casa o visitante Jesus. Maria, pelo contrário, se senta aos pés de Jesus como uma discípula para aprender.
Diante desta imagem, podemos nos perguntar: qual das duas fez o certo?
Na verdade, as duas atitudes são muito importantes, entretanto, precisamos fazer as coisas no tempo certo!
Às vezes, quanto alguém vai nos visitar, ficamos tão preocupados em fazer as coisas que esquecemos o principal: a pessoa!
Do mesmo modo, Marta deveria ter parado para dar atenção ao Senhor, pois era isso que aquele momento pedia! Aquele era o momento de escutar a Palavra de Deus!
Às vezes, como Marta, fazemos coisas certas, mas nos horários impróprios!
As duas formas de acolher são sinceras, mas diante da reclamação de Marta, Jesus afirma que a atitude de Maria foi-Lhe mais agradável, pois ela se colocou como uma discípula!
Marta estava preocupada em acolher um AMIGO e oferecer-lhe o melhor. Maria, por sua vez, acolhia o MESTRE, o Senhor de sua vida, o único com Palavras de Vida Eterna!
São Paulo, ao falar que acolheu Cristo em seu ser, se refere àquele que transformou a sua vida de pecado em uma vida de graças. Por isso, mais tarde ele vai dizer: “Onde abundou o pecado, superabundou a graça”.
Também Abraão, ao acolher aos três viajantes, acolheu ao próprio Deus!
Portanto, hoje devemos nos perguntar: como está a nossa acolhida? Com quem nos parecemos mais, com Marta ou Maria?
Em nosso dia a dia, valorizamos mais as pessoas ou as coisas, os trabalhos e os negócios? Será que compreendemos que a pessoa é muito mais importante que tudo o que está à nossa volta? E em nossas famílias? Como a esposa está acolhendo o esposo ao chegar em casa? E o esposo, como está acolhendo sua esposa? E os filhos, como estão acolhendo seus pais?
Às vezes, em nossas casas falta acolhimento, falta carinho e gratidão! Precisamos de gestos de acolhida para mostrarmos ao outro que ele é muito mais importante que qualquer coisa à nossa volta!
Precisamos resgatar certeza de nossa importância para Deus! Nós nunca deixamos de ser importantes para o Senhor, mas muitas pessoas se esquecem disso.
Quando alguém se sente importante, também se sente amado, valorizado e útil!
Diante de tudo isso, devemos pensar: estou reservando tempo para acolher ao Senhor?
Ou reservamos tempo para acolher Deus em nossa vida ou esse tempo será roubado pelo inimigo!
Que nossa atitude seja grandiosa! Não imitemos apenas a atitude de Marta ou de Maria, mas façamos as duas coisas, pois ambas se complementam!
Jesus, ainda hoje, continua a nos advertir, como fez com Marta: “você anda ocupado demais”.
Essa advertência deve nos fazer compreender que as pessoas que convivem conosco são muito mais importantes do que qualquer coisa à nossa volta!
Com abertura de coração, procuremos reconhecer a importância de cada pessoa, para que cada vez mais nos tornemos discípulos missionários do Senhor!
Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo †
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