Homilia – 17º Domingo do Tempo Comum (24/07/2022) – “A oração é o alimento para o espírito”

Meus irmãos e minhas irmãs, nós estamos no 17º Domingo do Tempo Comum. Durante este período, acompanhamos Jesus em sua vida pública e vemos os milagres e as transformações que Ele realizou na vida das pessoas.

 

No Evangelho de Lucas, que estamos acompanhando neste ano, vemos a importância que o Evangelista dá à oração!

Sempre que Jesus precisa tomar uma grande decisão, São Lucas destaca que Ele se afasta para a rezar! Com isso, os discípulos vão percebendo a importância da oração em suas vidas!

 

A Liturgia de hoje nos convida a refletirmos sobre a importância da oração e a necessidade dela ser constante em nossa vida e na vida de nossas famílias!

 

Diante disso, podemos fazer a mesma pergunta que muitas crianças fazem a seus pais: precisamos mesmo rezar?

Talvez também nós tenhamos perguntado isso. E a resposta de nossos pais, provavelmente, foi afirmativa: SIM, PRECISAMOS REZAR! Quando somos incentivados por nossos pais à oração, aos poucos vamos nos habituando a ela. E hoje, depois de adultos, conseguimos perceber a importância deste ensinamento que eles nos deram!

 

A importância da oração também é refletida nos textos sagrados que lemos hoje. A Primeira Leitura (Gn 18, 20-32) tirada do livro do Gênesis, nos fala da experiência de oração na vida de Abraão.

 


Esta é a primeira vez que na Palavra de Deus um ser humano reza em um diálogo com Deus.


 

A oração de Abraão com Deus chega até a ser engraçada quando vemos que ele começa a apresentar o número do justos necessários para que as cidades de Sodoma e Gomorra não sejam destruídas.

 


A nossa oração pessoal deve acontecer nesse mesmo estilo de intimidade!


 

Somos imagem semelhança do criador, fomos criados por Ele e Ele nos ama. Assim, não resta motivo algum para não termos intimidade com Deus. Não precisamos ter medo Dele!

 

A nossa oração pessoal deve ser simples. Precisamos dizer aquilo que estamos sentindo, o que temos em nosso coração: tristeza, angústia, inveja ou que quer que tenhamos em nós, pois precisamos pedir a Deus que tire os maus sentimentos de maus.

 

No diálogo com Deus precisamos nos apresentar de forma simples para que Deus, em sua infinita misericórdia, nos compreenda e nos dê a graça de superarmos todas as debilidades que se apresentam em nossa vida.

 

Por isso, vemos Abraão conversar com Deus como quem fala a um amigo: ele lhe conta o que mais necessita.

 

Santa Terezinha dizia que “a oração é um impulso do coração ao céu”. Santa Teresa de Ávila dizia que “a oração é como uma íntima relação de amizade que devemos ter para com Deus”.

 

Os santos que passaram por essa experiência nos dão as pistas para colhermos os frutos da oração.

 

No Evangelho (Lc 11, 1-13), os apóstolos chegam a Jesus e pedem: “Senhor ensina-nos a rezar como João ensinou seus discípulos”.

 

Naquela época, era comum que os discípulos acompanhassem os passos do mestre e, ao observarem a sua vida de oração, também eles aprendiam a rezar.

 

A Oração do Pai-Nosso

 


É exatamente isso que acontece nesta passagem que lemos: Jesus está rezando e os discípulos, ao observá-lo, sentem a necessidade de rezar!


 

A oração ganha um sentido muito maior quando rezamos o que estamos sentindo! E o que será que estavam sentindo os discípulos?

Podemos até nos perguntar: “eles estavam ao lado de Jesus, por que precisavam rezar?” A proximidade com Jesus não os isentava da oração, aliás quanto mais perto estamos do Senhor, mais a oração se faz em importante em nossa vida

 


Os momentos importantes da nossa vida devem ser acompanhados da oração.  O próprio Cristo rezava antes dos grandes acontecimentos!


 

Além de ensinar os discípulos a rezar, Jesus ainda indica que a oração deve ser perseverante. Por isso, Ele diz: “pedi e receberei, batei e a porta será aberta”. E mais: “por acaso vocês são capazes de dar uma cobra quando o filho pede um peixe ou um escorpião quando ele pede um ovo? Pois se mesmo sendo maus vocês dão coisas boas aos filhos, quanto mais o Pai que está nos céus”.

 


Jesus quer nos mostrar que Deus escuta a nossa oração!


 

Podemos também nos perguntar: “eu vou a missa todos os domingos, ainda preciso rezar durante a semana?”

 A oração que fazemos aos domingos é uma oração comunitária, a oração da igreja! A oração pessoal é diferente, é um diálogo com Deus e esse diálogo não pode ficar esquecido. Por mais que você participe de um grupo de oração ou reze o terço todos os dias em comunidade, ainda assim, precisa de um momento a sós com Deus!

 


Muitas respostas nos são dadas pela oração!


 

Num determinado hospital foi feita uma pesquisa científica: separaram dois grupos de pessoas gravemente doentes. Um deles recebeu a visita de pessoas que rezavam por eles. O outro grupo não recebia oração. Com o passar do tempo, observou-se que as pessoas que receberam oração progrediram ao contrário do outro grupo.

 

Tudo isso sem falar nos Milagres que recebemos através da oração! Quantas vezes e vemos curas acontecerem mesmo quando a ciência os médicos diziam não haver mais solução!

 


A oração é esse alimento para a nossa vida! Todos os dias nós alimentamos o nosso corpo e do mesmo modo, não podemos esquecer de alimentar a nossa alma através da oração.


 

O alimento para o nosso espírito precisa passar pela Eucaristia, pela leitura da palavra de Deus e pela oração pessoal. Quando o espírito não está bem alimentado qualquer tentação consegue vencê-lo.

Assim como quem está com fome é capaz até de comer os restos que encontra na lixeira, o espírito mal alimentado cede facilmente às tentações.

 


A oração é o alimento para o espírito! Se o espírito não está alimentado, não tem forças para combater as ciladas do inimigo.


 

Oração de joelhos

 

Os discípulos sentem a necessidade de aprender a rezar como Jesus estava rezando. Sentem a necessidade de perseverar na oração para não cair em tentação!

 

Hoje eu pergunto: você está conseguindo rezar durante a semana? Você reserva ao menos 10 minutos para a sua oração pessoal? Ou você acha que não precisa? Ora, se até os discípulos de Jesus sentiram a necessidade de rezar, se o próprio Cristo precisou rezar ao Pai, será que nós também não precisamos?

 

Como está a sua oração diária? Você reza quando vai sair de casa? Busca a palavra de Deus para encontrar consolação? Reza com seus filhos e netos?

 

Os discípulos caminhavam com Jesus e precisavam rezar. Nós que caminhamos em comunidade também precisamos continuar rezando.

 

Que o Senhor nos conceda graça de, compreendendo a necessidade desse diálogo profundo que é a oração, possamos crescer cada vez mais espiritualmente e compreender o projeto de Deus para a nossa vida.

 

Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo †

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