Homilia – Solenidade de São Pedro e São Paulo (04/07/2021) – “É preciso descobrir quem é Jesus para poder entender qual é a minha missão”

No dia 04 de julho, celebramos com a Igreja no Brasil a Solenidade de São Pedro e São Paulo e o dia de oração pelo Santo Padre o Papa Francisco. Padre Márcio iniciou sua homilia relembrando os grandes Santos Pedro e Paulo:  Pedro, que de simples pescador se tornou Pastor das comunidades e referência de fé e Paulo, que de perseguidor dos cristãos se tornou um verdadeiro missionário que fez expandir a fé, o apóstolo dos gentios.

Eles são como duas grandes colunas para a Igreja. São Pedro nos faz recordar a Igreja enquanto instituição e São Paulo nos lembra dos carismas que se expressam no corpo místico de Cristo, mostrando que cada membro é muito importante, revelando a diversidade de dons.

Mais que sincera, uma fé profunda

 

Em sua explicação, o Padre destacou que as leituras que nós ouvimos nos mostram a presença de Deus que acompanha aqueles que foram escolhidos, pois Jesus faz valer o que havia dito aos seus discípulos: “eis que estarei convosco todos os dias até o fim dos tempos” (Mt 28,20). Refletindo sobre a Primeira Leitura do livro dos Atos dos Apóstolos (At 12,1-11), o Padre recordou a prisão de Pedro e os motivos que a ocasionaram: o apoio dos judeus que Herodes buscava.

A melhor forma de conseguir esse apoio era tentando diminuir ou extinguindo aquele grupo dos cristãos. Mas, o poder deste mundo não é suficiente e por isso Pedro é libertado do cativeiro pela ação de Deus.

 

Segundo o Padre, o texto desta leitura revela que o testemunho dos discípulos é muito grande, pois enquanto Pedro estava na prisão seus irmãos estavam em oração.

Aqui nós conseguimos compreender a profundidade da oração, de uma oração que não apenas trata-se de palavras repetidas, mas de pedidos a Deus.

 

Sobre a Segunda Leitura da segunda carta de São Paulo a Timóteo (2Tm 4,6-8.17-18) o Padre nos fez ver que o Apóstolo, mesmo sabendo da proximidade de sua morte, não lamentou as rejeições e dificuldades que encontrou na missão, mas ao contrário mostrou otimismo e a certeza de que tudo valeu a pena!

São verdadeiras palavras de testemunho e que também servem para nós como um testamento espiritual: ele está sereno, alegre, consciente de tudo o que viveu e do dever cumprido. É um verdadeiro modelo de missionário, ardoroso, entusiasta!

 

Na reflexão do Evangelho (Mt 16,13-19), o Padre destacou que chama a atenção a preocupação de Jesus em saber o que dizem sobre Ele. Diante da resposta pouco clara dos discípulos, Jesus faz outra pergunta que também é direcionada a nós hoje: “E vós, quem dizeis que eu sou?” (Mt 16,15).

Quem é Jesus para você? Quem é Jesus para mim? Fica muito fácil tecer um monte de etiquetas e dizer quem é Jesus: é o filho de Deus, é o enviado de Deus, é o Filho da Virgem Maria. Mas, é importante descobrir quem é Jesus para mim! Qual a importância dele na minha vida? Do contrário, eu vou ficar tão somente com os conceitos, com adjetivos para Jesus!

Jesus Cristo, Filho de Davi

 

O Padre explicou que a resposta de Pedro – “Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo” (Mt 16, 16) – apresenta o caráter cristológico de Jesus e, a partir desta afirmação do discípulo, Jesus afirma quem o próprio Pedro é: “Tu és Pedro, e sobre esta pedra construirei a minha Igreja” (Mt 16,18).

Notemos que é preciso descobrir quem é Jesus para poder entender qual é a minha missão.

 

O Padre enfatizou ainda a missão da Igreja Católica, fundada sobre a Palavra, a Tradição Apostólica e o Magistério e que não nasceu de brigas e divisões. Destacou que ao celebrar os grandes Santos Pedro e Paulo devemos lembrar que precisamos continuar a obra de Nosso Senhor Jesus Cristo. Lembrou que a promessa feita a Pedro não terminou nele, pois a igreja permaneceu mesmo após a sua morte.

Os poderes concedidos a Pedro passam também aos seus legítimos sucessores, os Papas, hoje representado pelo Papa Francisco. Por isso, nesse dia nós celebramos também o dia do Papa que continua sendo um sinal de unidade e de comunhão na fé. O Papa é hoje para nós um chefe visível da Igreja aqui nesta terra. Rezando pelo Santo Padre, escutando a sua voz, seus conselhos e praticando seus ensinamentos vamos dar continuidade a um discipulado que se faz obediente e que reconhece o Senhor Jesus Cristo.

A grande fortuna da Igreja | Cléofas

 

O Padre nos levou ainda a refletir sobre como estamos testemunhando o Evangelho em nossa vida:

Damos o testemunho de nosso Senhor Jesus Cristo como São Pedro e São Paulo? No ambiente em que vivemos somos capazes de testemunhar com nossa própria vida? Não esqueçamos que as palavras valem muito, mas o testemunho é muito mais forte! As palavras podem ser vazias, mas o testemunho não, é a concretude, é a ação de um evangelho vivo!

 

E continuou:

Devemos nos questionar: estamos dando testemunho como verdadeiros cristãos? Acreditamos que somos responsáveis pela continuação do projeto de Deus? Temos a coragem de anunciar, de levar adiante o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo para que outros daqui a cem anos possam dar continuidade às sementes que foram plantadas?

 

O Padre finalizou elevando a Deus uma oração pelo Sumo Pontífice, pedindo para ele muita luz para apontar o caminho que devemos seguir. Rezou também por nós, membros da Igreja, para que tenhamos forças para enfrentar com otimismo e alegria as dificuldades do tempo presente. E acrescentou:

A Igreja é um corpo vivo que se constrói com pedras vivas! Cada um de nós é uma pedrinha, um tijolo! Quer sejamos uma pedra, ou um tijolo, que sirvamos para edificação, jamais para o tropeço

 

JMI: Junho 2015

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