Homilia – 19º Domingo do Tempo Comum (07/08/2022) – “Ou reservamos lugar para Deus ou o inimigo tomará esse tempo para ele.”

Meus Irmãos e minhas irmãs, é com Alegria que iniciamos o mês de agosto dedicado às vocações. A cada domingo rezaremos por um grupo específico de vocacionados que colocam a sua vida à serviço da Igreja.

Hoje, temos a alegria de rezar por aqueles que foram ordenados: Os diáconos, padres e bispos.

 

Este é um mês muito especial, pois somos convidados a refletir sobre estes grandes talentos que Deus colocou na vida de cada um de nós. Por vezes, quando falamos de vocação as pessoas pensam que isso se refere apenas aos padres e freiras, esquecendo-se que todos nós somos vocacionados.

 

Viemos da família de Deus e aqui nos apresentamos para a vivência de fé e em comunidade.

 

Hoje, a palavra de Deus vem nos encorajar ao dizer “NÃO TENHAIS MEDO, TENHAM FÉ!”. O vocacionado é alguém escolhido para servir. Desse modo, não pode ter o medo como máxima em sua vida. Do contrário, deve ser conduzido pela fé e pela coragem de levar adiante a sua vida como um dom, um presente de Deus!

 


Assim, vamos observando que Deus vai providenciando e nos presenteando com talentos e bençãos para que possamos ser presença dele na família e na sociedade.


 

A Primeira Leitura (Sb 18, 6-9), tirada do livro da Sabedoria, que compõem o bloco dos livros sapienciais, nos recorda aquela noite em que povo saiu da casa da escravidão rumo à libertação.

 


O texto mostra que Deus não abandona o seu povo e promove a libertação até mesmo quando pensamos que ele se esqueceu de nós.


 

O povo experimentou a graça de Deus em sua vida pela libertação e providência a ponto de dizerem: “agora sabemos que o Senhor sempre esteve conosco”.

 

A Segunda Leitura, da Carta aos Hebreus (Hb 11, 1-2.8-19), nos fala da experiência de Abraão e Sara, que deixaram tudo para confiar na Providência do senhor.

 


A fé é um modo de já possuir o que se espera.


 

A fé, fundamento de nossa existência

 

Esta carta aos Hebreus nos traz a experiência de muitas pessoas que deixaram o conforto do seu lar e de sua família para confiarem na providência do Senhor.

 

Este exemplo de fé dos nossos antepassados também se faz presença em nossa história.

Este ano, completo 15 anos de Ministério Sacerdotal. Quando deixei a casa de meus pais tive que confiar na Providência de Deus e esta confiança precisa ser consciente. Não pensemos que ao sair de nossa casa, seja para o sacerdócio ou para o matrimônio, não teremos mais dificuldades.  O próprio Senhor já havia garantido aos apóstolos: “no mundo tereis tribulações, mas coragem eu venci o mundo”. E assim, confiamos nesta providência ao sair de nossa casa, ao deixarmos o carinho de nossos pais e irmos em missão, morar em lugares diferentes, com pessoas diferentes, problemas e realidades diferentes. Essa experiência é importante para que sejamos capazes de acreditar naquilo que Deus irá providenciar a nós.

 

Conforme nos é dito nesta carta aos Hebreus, foi a fé que fez com que Abraão e Sara acreditassem que teriam um filho apesar da idade avançada. Foi pela fé que caminharam pela vida como peregrinos e sem desanimar, com os olhos fixos na pátria celeste.

 

As dificuldades continuam presentes em nossa vida em todo o tempo.

 

Aos que estão noivos digo: não pensem que vocês não terão mais problemas. Muitos podem até se casar para fugir das cobranças da casa dos pais, mas saibam que virão novas cobranças e dificuldades. A vida consiste num constante caminhar, num constante lapidar da pedra.

 

Olhemos para a nossa história e vejamos o quanto crescemos pessoal e espiritualmente pela convivência com as pessoas e confiança na Providência de Deus!

 

Esta é a Esperança que jamais deve desaparecer em nós, afinal, se até aqui nos acompanhou o Senhor, certamente continuará a nos acompanhar.

 

O Evangelho (Mt 24, 42.44) que ouvimos traz uma continuação do que foi lido na semana passada, no qual Jesus dizia que a vida do ser humano não consiste no acúmulo de bens.

 

A vida do ser humano consiste na experiência de acumular graças!

 

Jesus está caminhando para Jerusalém com seus apóstolos. Jerusalém é conhecida como a cidade que matou muitos profetas. Além disso, é uma cidade muito importante principalmente devido ao seu comércio.

Por isso, Jesus diz: “não tenha medo pequenino rebanho, porque o Reino de Deus é confiado a você”. Ele garante aos apóstolos que o Reino de Deus virá com certeza, pois não é a obra do ser humano e sim de Deus.

 

Jesus ainda convida os apóstolos à vigilância. Vigiar não significa estar de olhos abertos constantemente e sim, tomar conta de nossas atitudes, comportamentos e da missão que foi confiada a cada um de nós, para correspondermos à confiança que nos foi dada: “a quem muito foi confiado muito será cobrado”.

Quantas coisas Deus já nos concedeu! Aqui, não me refiro simplesmente a bens, mas à riqueza espiritual que cada um de nós traz em seu coração: as amizades, o amor, o perdão, a sabedoria. Todos os presentes que Deus nos confiou e que não devem ser escondidos, mas colocadas a serviço da comunidade.

 

Jesus conta 3 parábolas para nos fazer compreender a importância da vigilância! Devemos estar atentos como o servo que espera o seu senhor voltar de uma festa de casamento, afinal “felizes são os empregados que o senhor encontrar acordados quando chegar. Ele mesmo colocará o cinto em sua cintura e os servirá”.

 

Da mesma forma, é importante sermos vigilantes pois não sabemos nem o dia e nem a hora, o Senhor virá como um ladrão.

 


A vinda do Senhor virá sem que Ele marque data ou hora. Ele virá de surpresa!


 

As cinco razões do Juízo Final

 

A terceira parábola é a do administrador fiel. Este é aquele que acha que, pelo seu patrão estar demorando, pode comer, beber e maltratar os empregados

 

Hoje, devemos nos perguntar: quem deve vigiar?

Todos somos convidados a estarmos vigilantes, sobretudo nós que assumimos a missão de estar à frente da igreja: diáconos padres e bispos, coordenadores e membros de pastorais, pais e mães de família, filhos e filhas, todos nós devemos nos colocar numa atitude de vigilância para que o inimigo não nos pegue num momento de fraqueza, enquanto dormimos.

 


Este Evangelho é um verdadeiro ensinamento para nós sobre a importância da vigilância e da oração: orai e vigiai.


 

Com alegria, hoje recebemos 6 jovens que serão instituídos como cerimoniários. Muitos deles começaram pequeninos e hoje aqui estão. Também eles são chamados a perseverarem para que as coisas do mundo não tomem o lugar de Deus em suas vidas.

 


Ou reservamos lugar para Deus ou o inimigo tomará esse tempo para ele.


 

Peçamos ao senhor que eles continuem em oração e vigilantes, para sempre colocarem a sua vida a serviço!

 

Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo †

Você pode gostar...