Homilia – 10º Domingo do Tempo Comum (06/06/2021) – “Só fazendo a vontade de Deus e nos tornando obedientes podemos deixar de lado as tentações da serpente!”

No Domingo, 06 de junho, após celebrarmos o grande Tempo Pascal e vivenciarmos as Solenidades de Pentecostes e da Santíssima Trindade, retornamos para o Tempo Comum. Este tempo, é marcado pela cor verde, tanto no altar como nas vestes do sacerdote. Neste ano, acompanharemos o caminho de Jesus, segundo a narração de São Marcos. O evangelista nos falará sobre os ensinamentos, milagres, curas e libertações realizadas por Jesus e nos mostrará as duras críticas que o Senhor recebeu por parte das autoridades judaicas e daqueles que o conheciam desde a infância: seus parentes, conforme as palavras de São Marcos.  Aqui, é importante destacarmos que na antiguidade não havia a separação de parentesco conforme temos hoje: irmãos, primos de 1º ou 2º grau, entre outros. Todos eram tidos como parentes, mesmo aqueles que moravam muito próximos, no mesmo vilarejo ou na mesma cidade, por exemplo. São precisamente estas pessoas que viram Jesus crescer que sentem dificuldade em reconhecê-lo como o Messias enviado.

Em sua homilia, Padre Márcio destacou que a Liturgia deste Domingo deve nos levar a refletir sobre a Vontade de Deus em nossas vidas:

As leituras que nós ouvimos hoje, na verdade, deveriam ser meditadas como se fossem uma oração para  compreendermos em profundidade, porque  são leituras que nos falam sobre como o povo de Deus viveu a realidade do pecado, da conversão e da obediência.

 

O Padre refletiu que ao olharmos a realidade e enxergamos tantos males podemos nos perguntar: qual é a origem do mal? E nos mostra  que a Palavra de Deus tem uma resposta clara a esse questionamento: é o pecado.

O pecado quando entra na vida do ser humano cria muros, faz separações, separa o ser humano de Deus! O  ser humano rompeu a sua relação amorosa com Deus e a partir daí surgiu uma mudança essencial na sua vida: ele queria libertar-se de Deus, mas acabou se tornando escravo de suas próprias paixões, egoísmos e vaidades!

A Primeira Leitura, do Livro do Gênesis (Gn 3,9-15) nos fala sobre o pecado de Adão e Eva que, seduzidos pela serpente, comeram o fruto que Deus lhes havia proibido. O Padre nos mostrou que a centralidade desta passagem está em compreendermos o que este fruto representa: ele era tentador aos olhos e os dois, ao invés de ouvirem a voz de Deus, se deixaram levar pelas aparências. A serpente seduziu o primeiro homem e a primeira mulher e continua seduzindo o ser humano à desobediência, para que ele se aproprie de frutos proibidos:

O pecado chega a nós através das seduções e quando o ser humano deixa de escutar a voz de Deus ele trilha um caminho em direção ao precipício. Ai surgem as consequências: a desarmonia da natureza, a desarmonia entre os homens e a desarmonia entre o homem e Deus. O homem já não se encontra mais no seu lugar – no Paraíso como foi designado na criação – e é por isso que ele tem medo e se esconde quando Deus o chama. Sente-se nu, despojado da dignidade com a qual foi criado de imagem e semelhança de Deus!

O Padre destacou algo importante na Carta de São Paulo lida na Segunda Leitura (Cor 4,13-18-5,1): “o que é visível é passageiro, mas o que é invisível é eterno” e nos disse que a graça de Deus se faz presente em nossa vida mas nós não enxergamos e preferimos ser seduzidos por aquilo que podemos ver e tocar.

A partir da reflexão do Evangelho (Mc 3,20-35) o Padre nos fez entender que Jesus ensinou qual o caminho para lutar contra o mal e o pecado: FAZER A VONTADE DE DEUS! Quem é obediente a Deus se torna família de Jesus!

 A relação mais íntima com Jesus não se faz através do parentesco de sangue, mas na sintonia com sua prática libertadora. Quem faz a vontade de Deus será considerado irmão, irmã e mãe de Jesus. Só fazendo a vontade de Deus e nos tornando obedientes podemos deixar de lado as tentações da serpente!

O Padre finaliza esclarecendo que Jesus não foi grosseiro com a Virgem Maria no Evangelho, ao contrário do que muitos pensam! Maria foi sempre obediente à vontade de Deus, e assim, se torna duplamente mãe de Jesus :

Foi mãe porque gerou Jesus para a humanidade e depois foi mãe porque se fez obediente e ouviu a palavra de Deus!