Homilia – Domingo Páscoa (31/03/2024) – “Este é o dia que o Senhor fez para nós”

Meus irmãos e irmãs, é com alegria que nós nos reunimos neste primeiro dia da semana para celebrarmos esta Santa Missa neste domingo de Páscoa.


Este é o dia que  o Senhor fez para nós! O Domingo de Páscoa é o domingo dos domingos! 


Enquanto em outros idiomas o nome do primeiro dia da semana é uma exaltação a um deus pagão, na língua portuguesa nós herdamos do latim um significado diferente e muito especial: Domingo vem de Dominus do latim ‘do Senhor’. É o dia do Senhor!

Nós temos todos os outros dias para trabalhar, mas o domingo deve ser sempre especial para nós. É o dia em que nós nos encontramos na casa do Senhor para celebrarmos a Eucaristia e recordarmos o dia que Ele ressuscitou!

 

Jesus é o primeiro a ressuscitar dos mortos. Ele é o primogênito de Deus! Em tudo, Ele tem a primazia, como diz a Sagrada Escritura.

 


Por isso, Jesus ressuscita no primeiro dia da semana, para nos lembrar que tudo começa com o Senhor, com sua a Palavra!  


 

Hoje, a liturgia nos apresenta no Evangelho (Jo 20, 1-19) algumas características muito marcantes e catequéticas. Lemos que logo cedo, de madrugada, Maria Madalena, vai ao túmulo do Senhor.

 

O túmulo naquela época era bem diferente dos de hoje. Ele era feito de uma grande pedra com um buraco espaçoso. Na frente desse buraco, colocava-se outra pedra grande para fechar a entrada. Era como uma pequena capela, onde as pessoas podiam entrar. Dentro do túmulo, havia espaço suficiente para três ou quatro pessoas ficarem ao mesmo tempo.

 

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Quando Madalena chegou ao túmulo ao amanhecer, ela se surpreendeu ao ver que a grande pedra que o fechava tinha sido movida para o lado, deixando a entrada aberta. Assustada com a cena, ela correu para informar os apóstolos. Eles pensaram que o corpo de Jesus tinha sido roubado. Todos ficaram preocupados, pois não sabiam onde Jesus estava.

Vamos entender bem o que aconteceu com Jesus. Ele foi espancado várias vezes, caiu, ficou ferido, com o rosto ensanguentado. Colocaram uma coroa de espinhos nele, pregaram suas mãos e pés na cruz e até perfuraram seu lado com uma lança para ter certeza de que estava morto. Imagine como o corpo dele ficou após tudo isso, cheio de machucados e marcas. A Palavra de Deus nos conta que ele estava irreconhecível, tão machucado que mal parecia humano. Agora, pense comigo, alguém iria querer roubar um corpo nessas condições? Alguém iria desenrolar o corpo todo ferido, coberto de faixas e lençóis? Não parece fazer sentido.

Então, não há motivo para acreditar que o corpo de Jesus foi roubado. Pelo contrário, há indícios de que ele tenha sido acordado por Deus.

 

Santo Agostinho nos ensina que Deus despertou seu filho da mesma forma que um pai ou uma mãe acorda seu filho ao amanhecer. Imagine o que acontece quando um filho acorda: a cama está bagunçada, os lençóis estão fora do lugar. Então, o pai ou a mãe vão lá e arrumam tudo, esticam os lençóis, deixam tudo bonitinho. São gestos de carinho e cuidado!

 


Esses mesmos sinais de delicadeza foram encontrados no túmulo de Jesus. Quando um ladrão entra em uma casa ou em algum lugar, ele bagunça tudo, procura por coisas de valor. Mas quando um pai chega ao lugar onde está seu filho, ele arruma, cuida do espaço. Assim, vemos que os detalhes no túmulo de Jesus indicam que algo diferente aconteceu ali, algo que não seria feito por alguém que queria roubar.


 

Quando Jesus foi até o túmulo de Lázaro, ele disse: “Lázaro, vem para fora.” E quando Lázaro saiu, suas mãos estavam amarradas e seu corpo estava enrolado em faixas. Então Jesus disse: “Desamarrem-no.” Isso nos mostra como eram feitos os sepultamentos na época de Jesus. Quando Jesus ressuscitou a filha de Jairo e o filho da viúva, ele simplesmente disse: “Levante-se e ande.” Isso nos mostra que Jesus foi despertado pelo Pai da mesma forma que ele mesmo ressuscitou Lázaro, o filho da viúva e a filha de Jairo: como um pai amoroso que não quer ver seus filhos tristes, então os traz de volta à vida. Santo Agostinho nos diz que Jesus ressuscitou rapidamente para que sua mãe e seus discípulos não ficassem tristes.

 

Então, meus irmãos, o que vemos na liturgia deste Domingo de Páscoa é que se cumpriu tudo o que Jesus havia dito quando estava com os apóstolos. E, durante os próximos 50 dias, até celebrarmos Pentecostes, Jesus vai aparecer várias vezes para eles.

Nestes dias, vamos perceber os sinais do amor de Deus por nós e do grande amor por seu filho. Através disso, percebemos que tudo o que Jesus disse realmente aconteceu: Ele ressuscitou ao terceiro dia e está presente na vida de seus discípulos, acompanhando-os até que se sintam prontos para levar adiante a Igreja.

 

Por isso, meus irmãos, neste Domingo de Páscoa, nosso coração deve se alegrar ainda mais, porque sabemos que Cristo ressuscitou. Além disso, o fundamento de nossa fé é reafirmado a cada dia e a cada domingo através da Sagrada Eucaristia que recebemos e compartilhamos.

 

Que o Senhor nos ajude a crescermos na fé, conscientes da ressurreição de Jesus, para possamos ter a certeza de que Ele vive e está presente entre nós, nos mostrando o caminho para o céu, como podemos ver na imagem de Jesus ressuscitado que temos aqui em nossa Paroquia.

Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo †

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