Homilia – 33º Domingo do Tempo Comum (14/11/2021) – “Nós, cristãos, devemos ver a vida presente como uma gestação para a eternidade que um dia participaremos”

Meus irmãos e minhas irmãs, neste dia em que nos reunimos para celebrar a Santa Eucaristia, somos convidados a renovar o nosso compromisso de amor e fidelidade com nosso Deus.

Neste dia mundial dos pobres, somos chamados a ser um sinal de esperança para aqueles que perderam tudo, às vezes até própria família e dignidade e estão aí pelas ruas desassistidos. Somos convidados a olhar com misericórdia para eles e levar não apenas uma palavra de ânimo ou esperança, mas sermos presença de Deus em suas vidas, assistindo-os no que for mais necessário para a sua sobrevivência.

 

Nós estamos no penúltimo domingo do ano litúrgico. No próximo domingo, celebraremos a Solenidade de Jesus Cristo, Rei do Universo e na semana seguinte iniciaremos um novo ano litúrgico.

 

As leituras de hoje nos chamam a fazermos a experiência de sempre nos alegrarmos em Deus pela certeza de que Ele reserva para nós um tempo novo, um tempo de graça, um tempo Kairós.

 

A Primeira Leitura foi tirada do livro de Daniel (Dn 12, 1-3). Esse texto teve por objetivo animar o povo daquela época a resistir diante das dificuldades. O povo estava sendo oprimido e já havia perdido as esperanças.

O profeta vem trazer uma palavra de ânimo e dizer que mesmo diante das dificuldades do tempo presente, Deus reservava para seus escolhidos a vitória!

 


Não nos deixemos abater pelas dificuldades do tempo presente, sejam elas quais forem: a pandemia, o desemprego, a doença, as crises… O mais importante é lembrarmos que DEUS NÃO É A DIFICULDADE, MAS A FORÇA E A ESPERANÇA PARA A ENFRENTARMOS!


 

Isso acontece desde a antiguidade, pois diante das dificuldades que o povo passava, Deus sempre vinha para consolá-lo e lembrá-lo que viria um tempo novo!

Esta palavra se faz muito atual em nossa vida! Não importa a dificuldade ou limitação que vivamos, o mais importante é direcionarmos o nosso olhar para Deus e termos a certeza de que Ele também nos olha com um pai muito amoroso.

 

A Segunda Leitura (Hb 10, 11-14.18) nos traz uma grande consolação! Na tradição judaica, quando alguém cometia um pecado, ele devia ser reparado através de sacrifícios.

 

A carta aos Hebreus vem dizer que todos estes sacrifícios não podiam apagar os pecados, pois o mais importante não era o sacrifício em si, mas o arrependimento do erro cometido.

 

Jesus, uma vez por todas, doou-se no alto da cruz e se fez sacrifício por nossos pecados.  Assim, já não é mais necessário o sacrifício de animais!

Festa da Exaltação da Santa Cruz

 

Em Jesus, aprendemos que com o arrependimento, o Senhor em sua infinita misericórdia, vem ao nosso encontro para nos trazer de volta a vida e restituir a dignidade para continuarmos nossa caminhada.

 

 

No Evangelho (Mc 13, 24-32) vemos uma resposta que Jesus dá aos discípulos, na qual diz que o Filho do Homem retornará a este mundo.  Os discípulos ficam curiosos e perguntam quando isso acontecerá.

O Evangelista busca responder ao povo daquela época – que estava assustado com as perseguições e com a destruição do Tempo de Jerusalém, ocorrida por volta do ano 70 – e trazer esperança!

 

O Evangelho de hoje é um verdadeiro ensinamento, uma catequese sobre o fim dos tempos, mas com destaque especial para a ESPERANÇA que não pode jamais ficar esquecida.

 

A intenção de Jesus não era assustar os discípulos, mas fazê-los discernir os fatos e acontecimentos da história.

Quando isso vai acontecer? Vocês se lembram na virada do milênio quando se espalhou o boato de que o mundo ia acabar? Quanta confusão naquela época! E eu penso: como devemos agradecer a Deus por não sabermos o dia e a hora, mas isso ser reservado somente ao Pai. Se nós soubéssemos, viveríamos em função de uma catástrofe!

 

A nossa preocupação deve ser outra. Não nos importa sabermos o dia que Jesus voltará ou quando findará a nossa vida. Devemos estar atentos às nossas atitudes e comportamentos, nos preocuparmos com os pequeninos, com a prática da caridade!

 


Devemos nos preocupar em corrigir nossas falhas e pedirmos o perdão de Deus para continuar a caminhada!


 

Como devemos ver tudo isso? Muitos se perguntam: quanta coisa já aconteceu, será que o fim está próximo?

Eu não sei, assim como os discípulos também não sabiam! Nós, cristãos, devemos ver a vida presente como uma gestação para a eternidade que um dia participaremos!

 


Deus nunca nos abandona em nossa caminhada, Ele sempre vem ao nosso encontro para indicar o caminho. Somos nós que muitas vezes desviamos o olhar da direção em que Ele nos chama.


 

O que Jesus nos disse para participarmos do seu reino? “Quem quiser entrar no Reino do Céu se faça pequenino como uma criança”. Quem quiser participar o Reino de Deus deve praticar a caridade e a misericórdia.

 


O Senhor está a todo momento nos apontando o caminho para a Eternidade!


 

Na mensagem que o Santo Padre escreveu para este dia Mundial dos Pobres, ele recordava o que Jesus havia dito aos discípulos: “pobres sempre o tereis”.

Se repararmos bem, em todo lugar encontramos os pobres. O que nos falta é um olhar de misericórdia para reconhecê-los! Olhemos para os pobres e sejamos para eles um sinal do Amor de Deus e do Evangelho que ouvimos!

 

Hoje, que a nossa oração não seja de preocupação pelo fim do mundo, mas sim pela urgência de corrigirmos os nossos erros para que possamos ser merecedores da graça eterna!

 

Que o Senhor nos ajude e que durante toda essa semana não olhemos para as dificuldades, pois Deus não está nelas. Olhemos para a esperança, pois é aí que Deus reside, estendo suas mãos para que continuemos nossa missão!

 

Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo †

Você pode gostar...