Homilia – 18º Domingo do Tempo Comum (01/08/2021) – “Jesus é o único Pão do Céu que sacia plenamente nossa fome”
Em 01 de agosto celebramos com toda a Igreja o 18º Domingo do Tempo Comum. Iniciamos também o mês vocacional e neste dia rezamos pela vocação ao ministério ordenado: padres, bispos e diáconos.
Padre Márcio iniciou sua homilia destacando a importância de rezarmos pelas vocações e pelos sacerdotes. Trouxe também alguns pontos de sua história e de sua experiência como seminarista e padre antes de chegar em nossa paróquia. Concluiu com a seguinte reflexão:
A partir de nossa história, podemos perceber que Deus cuida de nós, nos acompanha com seu amor e nos alimenta quando as necessidades se apresentam. Mas, mesmo assim, há um vazio que torna o ser humano sedento em alma, que deixa o coração humano vazio!
Ele continuou sua reflexão indicando que esta fome e sede são de Deus e não pode ser preenchida por nada material:
Buscamos por vezes saciar uma fome interior e acabamos nos enganando, nos iludindo com as facilidades, tecnologias e seduções do tempo presente. Ficamos cada vez mais famintos, porque essa fome, é fome de Deus, e só Ele pode nos saciar!
O Padre destacou que no Evangelho (Jo 6, 24-35) podemos perceber diferentes atitudes das pessoas que procuram por Jesus: uns comeram o pão da multiplicação e quiseram mais, outros pediram um sinal, mesmo que o Senhor tivesse acabado de realizar um milagre e poucos foram atras de Jesus porque reconheceram nele o Messias Salvador.
Muitos não entenderam o sentido da multiplicação dos pães. Jesus percebe que o povo está procurando o pão do milagre e não o Messias, Pão da Vida Eterna! Jesus critica essa procura e sugere que eles busquem fazer a experiência da fé. Por isso, Ele diz: “vocês estão me procurando porque comeram pão e ficaram satisfeitos. Não busquem o pão que perece, mas o pão que permanece até a Vida Eterna.”
O Padre salientou que Jesus não veio para oferecer pão com milagres:
Quantas pessoas ainda hoje procuram por Deus esperando apenas graças e milagres e quando não conseguem o que querem começam a fazer um verdadeiro “tuor” pelas igrejas, religiões ou seitas que prometem isso ou aquilo. São pessoas que ainda não se deram conta que Jesus nos alimenta interiormente e que não devemos estar a procura de graças e milagres como se fizéssemos um truque.
Ele ainda destacou que no Evangelho o povo exigiu milagres para acreditar, pois queriam uma fé com garantias.
Não se tem um certificado de garantia da fé. Ela é uma experiência ímpar que o ser humano faz para o seu crescimento interior. Sem essa experiência, não se consegue viver a vida em comunidade, onde deixamos de lado nossas vaidades e vontades para ir ao encontro do outro e fazê-lo se sentir feliz.
O Padre reforçou a incredulidade do povo para o qual não foi suficiente a multiplicação dos pães, pois queriam um sinal comparável ao de Moisés, exigindo: “Que sinal tu fazes para que vejamos e creiamos em ti?”
Jesus afirma com clareza: “eu sou o pão da vida, quem vem a mim não terá mais fome e quem crê em mim não terá mais sede”. Jesus é o único Pão do Céu que sacia plenamente nossa fome de felicidade, de paz, de fraternidade, de realização enquanto pessoa vocacionada para viver neste mundo. Sem Deus, o ser humano nunca vai se sentir realizado, vai perambular de um lado para o outro em busca de milagres sem nunca estar satisfeito!
E refletiu:
E nós, estamos procurando a Cristo ou apenas a barganhando o milagre e a graça? Qual a atitude que motiva a nossa busca por Deus hoje? Por que a buscamos a Deus? Queremos milagres? Queremos a graça? Se for assim, é uma busca interesseira, fruto das coisas deste mundo.
O Padre finalizou a homilia nos lembrando que o encontro dominical é um momento privilegiado em que Jesus continua a alimentar o seu povo na mesa da Palavra e da Eucaristia.
Nesse dia, peçamos que Deus aumente nossa fé para percebermos os seus sinais e seguir com generosidade os seus apelos. Olhemos para Cristo, Pão da Vida, mas não esqueçamos jamais as pessoas que estão ao nosso lado. Que sentido teria estarmos com as mãos cheias de pão se não conseguimos partilhar? O Cristo é aquele que nos capacita para fraternidade, para a partilha!