Homilia – Solenidade da Assunção de Nossa Senhora (21/08/2022) – “Hoje, nossa alegria está na GLORIFICAÇÃO DE MARIA e na Esperança de que nós também participaremos um dia desta Glória!”
Meus irmãos e minhas irmãs, nós estamos no mês dedicado às vocações e hoje rezamos especialmente pela vocação à Vida Consagrada, lembrando dos religiosos e religiosas consagrados.
Neste dia também temos a alegria de celebrar os 22 anos do Grupo de Oração de nossa Paróquia. Lembramos ainda o dia de São Tarcísio, juntamente com os coroinhas e cerimoniários. Além disso, temos a alegria de acolher as crianças, jovens e adultos da catequese e crisma, que receberão em suas vidas o sinal de Cristo.
Neste Domingo, a Igreja celebra a bonita Solenidade da Assunção de Nossa Senhora ao Céu. No Brasil, quando as solenidades caem em um dia de semana, elas são transferidas para o domingo, de modo a facilitar a participação de todos os fiéis.
Assim, a festa que seria celebrada no dia 15 de agosto foi transferida para hoje, para que pudéssemos celebrar juntos!
Falando da solenidade de Nossa Senhora com o título de Assunção, São Bernardo de Claraval, que dá nome a nossa cidade e cuja festa comemoramos ontem, nos dizia: “hoje, sobe ao céu a Virgem Cheia de Glória e enche de alegria os cidadãos celestes. Que presente mais maravilhoso nossa Terra envia ao céu. Com esse gesto sublime de amizade que é dar e receber, se misturam o humano ao Divino, terreno ao celeste, o humilde ao nobre.”
Ao longo da história da Igreja vemos que a Virgem Maria é aquela que acompanha não apenas seu filho Jesus, mas a todos nós!
Há quatro Verdades de Fé, ou Dogmas, sobre a Virgem Maria que foram declaradas pela igreja.
O primeiro Dogma traz o título de MARIA, MÃE DE DEUS e foi declarado no ano de 431, no Concílio de Éfeso.
O segundo Dogma dado à Virgem Maria é o de sua VIRGINDADE PERPÉTUA, concedido no Concílio de Constantinopla, local em que hoje é a cidade de Istambul, em 553.
Em seguida, foi proclamado o Dogma da IMACULADA CONCEIÇÃO, pelo papa Pio IX em 1854.
O último Dogma foi concedido pelo Papa Pio XII, no ano de 1950, a ASSUNÇÃO DE MARIA, ou seja, sua subida ao céu.
Esse Dogma que celebramos hoje nos fala que a Virgem Maria, no fim de sua missão na Terra, adormeceu e foi elevada ao céu, para junto de seu filho Jesus.
Seu corpo foi preservado do pecado original, preservado da morte!
Já no primeiro século da era cristã se celebrava no Oriente uma festa muito bonita: a Dormição de Nossa Senhora. Ainda hoje esta festa é celebrada e traz uma imagem da Virgem Maria deitada com os Anjos em sua volta para levá-la ao céu.
Assim, compreendemos que Deus quis que a mãe de seu Filho fosse preservada desde o nascimento, em toda a sua caminhada terrena e depois levada aos céus para junto de Jesus.
As leituras de hoje nos ajudam a compreender esta realidade celeste que se faz presente em nossa realidade humana. Isso nos faz muito importantes, porque mesmo sendo humanos, com as limitações que temos e com os pecados que cometemos, Deus jamais se esquece de nós, seus filhos.
Por isso ele envia o seu filho Jesus para revelar esse amor a cada um de nós.
Para que esse amor nos fosse revelado e nós convivêssemos com a divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo, era preciso que ele nascesse na condição humana. Para isso, Deus conta com o SIM de Maria.
Na Primeira Leitura (Ap 11, 19a; 12, 1-6a.10) que ouvimos, tirada do livro do Apocalipse, São João escreve um texto cheio de símbolos e números. Naquela época, os cristãos não podiam transitar com nada escrito que falasse de Jesus.
Assim, através de símbolos e figuras de linguagem São João encontra uma forma bonita de escrever às comunidades, de modo que seus textos pudessem chegar às mãos dos cristãos sem colocá-los em risco.
Nesta passagem, o livro do Apocalipse resgata a forma como Jesus veio a este mundo: através de uma mulher.
Por isso, ele nos diz: “apareceu no céu uma mulher vestida de sol”, ou seja, revestida de Deus. Ela é coroada com 12 estrelas. Assim, tem em sua cabeça a totalidade dos povos, as 12 tribos de Judá.
Essa mulher também foi perseguida e queriam matar o seu filho assim que nascesse. Aqui, temos uma referência ao rei Herodes que queria matar o menino Deus. Mas, a mãe foge com a criança para o Egito, sai vitoriosa e este menino consegue crescer em estatura e sabedoria.
Maria cuida daquele que se faz humano, trazendo ao mundo a divindade! Ela participa da Vitória de Cristo sobre o mal!
Na Segunda Leitura (Cor 15, 20-27a), vemos São Paulo escrevendo aos Coríntios e dizendo que “participamos do mistério da ressurreição”.
Recordemos que a nossa passagem neste mundo é breve. Aqui estamos porque Deus nos chamou, formamos famílias, construímos amizades e vivemos a nossa fé. Mas, a nossa a nossa pátria definitiva está nos céus.
O apóstolo destaca que primeiro Nosso Senhor Jesus Cristo vai aos céus e depois dele, aqueles que lhe pertencem. Aqui, compreendemos porque a virgem Maria é levada ao céu: Jesus leva sua mãe para estar junto dele!
A mãe de Deus tem um lugar privilegiado no grande movimento da ressurreição!
Jesus faz da virgem Maria uma mulher diferente: se na criação, Eva, a primeira mulher, não conseguiu ser fiel ao amor de Deus e se deixou seduzir pelo pecado, a Virgem Maria, escolhida para ser o ventre puro e trazer o Messias Salvador, permanece fiel até o fim.
Assim, podemos compreender melhor o Evangelho (Lc 1, 39-56): a presença de Maria faz a alegria transbordar na vida daqueles com quem ela conviveu e se aproximou.
Isabel diz: “logo que a tua saudação ressoou em meus ouvidos o menino pulou de alegria no meu ventre. Bem-aventurada és tu porque acreditaste”.
Esta é a primeira bem-aventurança relatada no Evangelho de Lucas. Maria é bem-aventurada, é feliz, porque acreditou naquilo que o Senhor havia lhe dito através do anjo.
Maria é a bem-aventurada não porque viu, mas porque acreditou na Palavra do Senhor. E o verbo se fez carne e habitou entre nós.
Por isso, meus irmãos, nesta Solenidade, a Virgem Maria também nos ensina como devemos fazer o caminho de santidade para chegarmos ao céu: é preciso ter FÉ, mas essa fé deve ser testemunhada no serviço aos irmãos: “eis aqui a serva do senhor, faço assim segundo a vossa palavra”
A Virgem Maria também nos ensina que precisamos ter ESPERANÇA! Devemos acreditar na promessa de Deus e esperar Nele, pois para Deus nada é impossível!
A Virgem Maria nos ensina ainda que precisamos agir com CARIDADE.
Quem quer ser caridoso precisa ter atitude. Não basta dizer “sou bonzinho. faço as obras de misericórdia”. É preciso ter a atitude de ir ao encontro do outro, tal como Maria foi em direção à sua prima Isabel, que estava para dar à luz, e cuidou dela.
Hoje, nossa alegria está na GLORIFICAÇÃO DE MARIA e na Esperança de que nós também participaremos um dia desta Glória!
Hoje, também temos a alegria de aqui na Terra, não só celebrar a festa de Nossa Senhora da Assunção, mas também rezar pelos religiosos e religiosas que professaram os votos de pobreza obediência e castidade, querendo assemelhar a sua vida ao sim de Maria.
Nesta Santa Missa ainda colocamos sobre a intercessão da Virgem Maria nossas crianças, jovens e adultos que, fazendo a experiência de catequese, se aproximam para receber os sacramentos de iniciação cristã. Que o Senhor os conserve fiéis, esperançosas e caridosos nesta caminhada de fé!
Que ao celebrarmos esta solenidade tenhamos a certeza da intercessão da Mãe de Jesus por cada um de nós!
Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo †