Homilia – 5º Domingo da Páscoa (15/05/2022) – “Nós somos reconhecidos como discípulos do Senhor não por aquilo que trazemos no exterior, mas pelo que há dentro de nós!”
Meus irmãos e minhas irmãs, nós estamos no 5º Domingo do Tempo da Páscoa. Hoje, nós contemplamos Jesus que se preocupa com a continuação do anúncio da Boa Nova do Evangelho.
A Palavra de Deus não pode ficar no esquecimento. Por isso, a aparição de Jesus aos discípulos é uma verdadeira catequese para que eles não desanimem no anúncio do Evangelho, mesmo em meio a tantas dificuldades e perseguições.
E as perseguições aconteceram para eles, assim como acontecem atualmente! Às vezes, nós também temos dificuldades de falar de Jesus em alguns ambientes e de expressar a nossa fé. Mas, diante disso Jesus no diz: não tenham medo!
O amor deve ser o motivador para a missão e para a superação das dificuldades que se apresentam!
Muitas vezes nos deparamos com dificuldades para viver o amor ao próximo, seja na comunidade ou em nossas famílias.
Por isso devemos recorrer a um amor totalmente ligado ao perdão: o AMOR CARIDADE!
Este amor não é apenas uma recomendação feita por Jesus, mas é um mandamento novo deixado por Ele!
No Antigo Testamento, os 10 mandamentos foram dados a Moisés, no Monte Sinai. Mas, se olharmos para eles perceberemos que falta-lhes um referencial.
Já o novo mandamento dado por Jesus tem um referencial: amai-vos como EU vos amei! Na antiguidade não havia nada que fizesse referência a um amor tão grande!
Na Primeira Leitura, tirada do livro dos Atos dos Apóstolos (At 14, 21b-27), vemos o empenho vigoroso de Paulo e Barnabé em anunciar a Palavra a todos os povos, sem fazer distinção.
Depois que estas comunidades são formadas, Paulo e Barnabé instituem presbíteros para que possam estar à frente do povo, pois a comunidade precisa ser acompanhada pela oração, pelo jejum e pelo testemunho. Aliás o testemunho não pode faltar nunca na vida da comunidade!
E mais: uma comunidade que não consegue viver o amor como referência ao Cristo, não consegue ir adiante!
Na Segunda Leitura, tirada do Apocalipse de São João (Ap 21, 1-5a), vemos que o Evangelista narra a visão de um novo céu e uma nova terra, pautados no amor fraterno, onde não haverá mais lágrimas ou dor, mas a consolação em Deus!
São João faz a comunidade lembrar que Deus veio morar conosco! Ele visitou a humanidade, se fez carne e habitou entre nós! Viveu em tudo a condição humana, menos o pecado. Sentiu nossas dores, perdoou, amor e ainda nos deu esse mandamento como referencial: assim como eu vos amei também vós deveis amar uns aos outros!
Jesus deixa esse mandamento como um testamento para os discípulos, ao invés de deixar qualquer outra coisa valiosa aos olhos do mundo como o ouro e a prata.
Diante desse testamento de Jesus, precisamos lembrar que não basta levarmos um crucifixo no peito ou usarmos uma camisa com uma bonita estampa religiosa. O mais importante é o nosso testemunho. Por isso Jesus diz: “nisso todos conhecerão que vós sois os meus discípulos, se tiverdes amor uns pelos outros!”
No primeiro século, a comunidade dos cristãos crescia porque era diferente das outras. Não era uma comunidade de pessoas prontas e preparadas para Deus, como as comunidades judaicas diziam de si mesmas.
A comunidade dos cristãos era aberta a todos: homens e mulheres, jovens, crianças e idosos… Todos eram bem-vindos! Assim, ela se multiplicava!
A comunidade é para todos! Por isso, o ponto alto da comunidade cristã deve ser o AMOR MÚTUO, pois ele é o sinal da presença de Jesus! A novidade dos cristãos está justamente neste MANDAMENTO NOVO: amai-vos como eu vos amei!
O amor mútuo deve conduzir a nossa maneira de rezar, celebrar e de fazer a caridade.
A Caridade deve sempre ser feita por amor e não por obrigação, para simplesmente cumprir um preceito. Nossa fé não deve ficar apenas nos ritualismo, mas deve levar em consideração esse amor!
Por que celebro a Eucaristia? Por que participo da Santa Missa? Porque tenho amor! Porque aprendemos de Cristo a amar na mesma proporção que ele nos amou.
Esse amor deve ser traduzido em caridade, compreensão e perdão, pois quem ama consegue perdoar. Se não há perdão o amor cai no esquecimento.
Nos tempos difíceis em que vivemos nós precisamos deixar de lado nossas diferenças e assumirmos aquilo que Jesus nos pede: amar na mesma proporção que ele nos amou.
Nós somos conhecidos como discípulos do Senhor não por aquilo que trazemos no exterior, mas pelo que há dentro de nós!
Aprendemos a amar, a perdoar e a fazer desse amor uma motivação para o anúncio do Evangelho!
Que o Senhor sempre esteja presente em nossa vida! Que esse amor não fique no esquecimento e que em todas as nossas palavras, ações e gestos concretos não esqueçamos tudo deve ser feito com amor!
Assim, teremos a certeza de que fizemos o nosso melhor, pois realizamos em nós a ordem do Senhor: amai-vos como eu vos amei.
Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo †