Homilia – 27º Domingo do Tempo Comum (03/10/2021) – “Não há espaço no matrimônio para pessoas egoístas!”

Amados de Deus, nós iniciamos em outubro o mês dedicado às Missões. Durante este mês, ouviremos remos muito falar sobre a Missão.

Para quem é destinada a missão? A missão é para todo aquele que quer colocar a sua vida a serviço. O missionário não é aquele que viaja ou anda muito, mas aquele que faz o maior percurso, mas ao mesmo tempo o percurso menor. É o que tem a capacidade de sair de si e ir ao encontro do outro.

 

Este outro é seu irmão, que por vezes está na mesma casa ou na sua rua. O missionário é aquele que anuncia com a sua vida a Palavra de Deus, testemunhando o seu batismo onde quer que esteja, sem precisar percorrer grandes distancias, mas saindo do seu comodismo e indo ao encontro do outro.

 

A Liturgia desta domingo nos convida a refletir sobre o sentido da família e, uma família que se coloca em missão um para o outro. O casal é por excelência missionário: ambos devem anunciar a Palavra um para o outro e, sempre que assim o fazem, estão exercitando a missão dada a cada um no Batismo.

 

As Leituras de hoje nos ajudam a compreender a dimensão do Matrimônio como um sacramento maravilhoso no Plano de Deus, algo sagrado!

 

A Primeira Leitura tirada do Livro do Gênesis (Gn 2, 18-24) nos apresenta Deus criando o homem e a mulher. E os cria exatamente para se completarem e se ajudarem mutuamente, de modo que um seja o apoio do outro.

O texto que ouvimos não é jornalístico ou histórico, mas catequético. É um ensinamento para que possamos compreender melhor o projeto de Deus. E compreendê-lo em sua origem!

 


A origem do ser humano, homem e mulher, está em Deus e não em outro lugar!


 

O texto nos revela também que homem e mulher são para o outro aquilo que mais lhes falta! A solidão é uma experiência terrível! Por isso, o primeiro homem passa por essa experiência!

 

Adão, apesar de Deus ter criado e colocado tudo diante dele, não estava plenamente realizado e sentia uma profunda solidão. É por isso que quando Deus cria a mulher a partir de sua costela, ele diz: “agora sim, é osso dos meus ossos e carne da minha carne”.

 

O homem sente falta de alguém com quem possa compartilhar a vida, a felicidade! Deus preenche essa solidão na vida de Adão criando a mulher, dotada da mesma natureza e da mesma dignidade, para que compreendamos que é na partilha da vida e no amor que o homem se encontra no plano da existência!

 

Hoje, tanto o homem como a mulher devem viver com dignidade. O matrimônio é para pessoas que amadureceram.  Não há espaço no matrimônio para pessoas egoístas!

Quem é egoísta não tem condição de viver o matrimônio, pois os esposos devem ser uma só carne! O que pertence a um, pertence a todos!

 


O matrimônio é para pessoas que aprenderam a amar, a deixarem-se ser amadas e a perdoar!  Se não há perdão, não se supera as dificuldades!


Muitos casamentos foram finalizados porque faltou a maturidade para o perdão e para o amor e ali habitou o egoísmo! É claro que existem casos particulares, mas na maioria das vezes, há falta de perdão ou de amor.  Quando falta compreensão, amor e perdão o matrimônio se torna um verdadeiro cárcere!

 

Precisamos trazer presente que a família deve ser lugar de consolação, fortaleza e oração!

 


A família que não se reúne para rezar, se reunirá para brigar! Se em volta da mesa não há espaço para a oração, pode-se abrir espaço para a discussão.


 

No Evangelho (Mc 10,2-16), Jesus é questionado por aqueles que são de tradição judaica sobre questão do divórcio. A resposta de Jesus não está pautada na lei escrita no livro do Deuteronômio, mas na própria origem!

 

Quando tivermos qualquer dúvidas com relação ao sacramento do matrimônio, voltemos no livro do Gênesis e lembremo-nos que nós fomos criados imagem e semelhança de Deus, e de nossa importância no plano da salvação!

A esposa e o esposo precisam ser amados e respeitados! É preciso que na família haja o exercício contínuo do amor, da compreensão e da partilha!

 

Há posturas muito curiosas na sociedade de hoje: querem casar os padres e separar os casais! E por quê? Bem, as separações são lucrativas! Quando um casal se separa, há outro aluguel, outros eletrodomésticos e outros móveis! É vantajoso para o comércio, mas uma negação àquilo a que Deus nos chamou: SERMOS PESSOA, UM PARA O OUTRO MOTIVO DE ALEGRIA!

 

Hoje, somos chamados a refletir sobre o sentido do matrimônio. Não para julgarmos, mas para acolher! Muitas pessoas, por motivos diversos, tiveram o seu matrimônio encerrado e a Igreja, como mãe e mestra tem o papel de acolher a todos!

 


Se a experiência do amor e da acolhida existisse no matrimonio, não viria o divórcio!


 

Que a vivência do amor e da compreensão na família sejam uma constante em nossa vida. Que hoje possamos agradecer a Deus por nossa família, que mesmo que não seja perfeita, é a família que nos foi dada como um presente!

Que no Dia do Senhor, dia da família, possamos bendizer a Deus pela maravilha que é a família na sociedade!

Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo †

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