Homilia – 17º Domingo do Tempo Comum (25/07/2021) – “A partilha continua sendo uma das maiores obras de Nosso Senhor Jesus Cristo presente na Igreja”
Em 25 de julho celebramos com toda a Igreja o 17º Domingo do Tempo Comum. Padre Marcio iniciou sua homilia com uma reflexão e oração pelos idosos, já que nesta data foi celebrado o 1º Dia Mundial dos Avós e dos Idosos, instituído pelo Santo Padre, o Papa Francisco.
Refletindo sobre a liturgia, o Padre destacou que os milagres feitos por Jesus não foram realizados a partir do nada, mas de um pouco que foi oferecido e partilhado.
Sobre a Primeira Leitura do Segundo Livros dos Reis (2 Rs 4,42-44), o Padre salientou a experiência dos pães partilhados pelo profeta Eliseu. Apresentou-nos também o contexto histórico no qual esta situação aconteceu:
Um homem vindo de Baal-Salisa dá ao profeta Eliseu “o pão das primícias”: 20 pães de cevada. Esta cidade ficava localizada nas montanhas de Efraim, em uma região muito próspera. Lá, os frutos nasciam e amadureciam primeiro que nas outras regiões.
Não sabemos o nome deste homem e quando não se cita o nome de uma pessoa é porque ela não tinha grande importância, não era um nobre. Possivelmente, se trata de um homem simples, mas que ao colher o seu trigo oferece ao Senhor as primícias de sua colheita: vinte pães de cevada.
O Padre continuou falando sobre o diálogo de Eliseu com seu servo, pois este se surpreendeu diante do pedido do profeta para que repartisse os 20 pães para as 100 pessoas que ali estavam. Ele destacou que Eliseu se compadeceu da necessidade do povo e não guardou os pães para si. Ele foi generoso, como generoso é o próprio Deus!
Vemos a atitude de Deus que não multiplica pães do nada, mas a partir de um gesto grandioso de partilha, mesmo sendo em uma quantidade pequena. Gesto de duas pessoas: um homem sem nome, desconhecido e um profeta.
A partir desta reflexão, o Padre mencionou o que o apóstolo São Paulo nos diz na Segunda Leitura, em sua carta aos Efésios (Ef 4,1-6):
São Paulo nos lembra que a vocação que nós recebemos é a de manter a unidade e o vínculo de paz, porque na unidade as pessoas conseguem ver as necessidades uma das outras, se compadecem, partilham e sentam-se à mesma mesa para o Banquete do Senhor. Quando formamos comunidades, vemos as necessidades.
O Padre destacou que no Evangelho da multiplicação dos pães (Jo 6,1-15) Jesus faz algo muito parecido com o que fez o profeta Eliseu. Ele nos fez compreender a situação que o povo vivia: faminto do Pão da Vida, mas também do pão material. Recordou-nos o Evangelho do último domingo, no qual Jesus sente compaixão do povo.
O Padre continuou refletindo sobre o diálogo de Jesus com seus apóstolos, após perguntar como alimentariam tanta gente:
Jesus provoca os apóstolos para que eles percebam que com o pouco que temos podemos matar a fome de todos. André se apresenta com cinco pães e dois peixes. Mas, de fato o que é isso para tanta gente? Aqui, lembramos aquele ditado que diz: o pouco com Deus é muito!
O Padre ainda frisou que ao Jesus pedir para que as pessoas se sentem, ele está reconhecendo a dignidade de cada uma, pois naquela época apenas as pessoas importantes se sentavam para comer.
Conforme nos narra o Evangelho, Jesus multiplica os pães. Todos comem e ficam satisfeitos, de modo que os apóstolos ainda recolhem doze cestos com os pedaços que sobraram.
Mas o povo continua faminto. Além da fome material, uma questão angustiante em nosso tempo, ainda mais com esta pandemia, há também outras fomes. Fome de valores humanos, de justiça, respeito e dignidade! No dia em celebramos o dia dos idosos, como temos fome de respeito para com os idosos!
O Padre ainda refletiu que diante de tanta fome que a humanidade sente, podemos nos perguntar se ela um dia será saciada. Segundo ele, o próprio Jesus nos dá essa resposta no Evangelho de hoje.
A solução não está na quantidade em si, mas na generosidade de pessoas que partilham o pouco que tem para que muitos possam viver em dignidade.
A partir do Evangelho, o Padre ainda apontou três atitudes que devemos ter para ajudar nossos irmãos a saciarem a sua fome, principalmente a material: a partilha, a organização e evitar o desperdício.
A organização do povo é um elemento importantíssimo para acabar com a fome. Nós temos em nossa Diocese a Pastoral da Caridade: ela se organiza, recebe os alimentos que vocês generosamente trazem e distribui ao povo de acordo com as necessidades.
Neste momento, o Padre fez um agradecimento especial ao Terço dos Homens que auxilia na distribuição das cestas básicas em nossa Paróquia.
A partilha continua sendo uma das maiores obras de Nosso Senhor Jesus Cristo presente na Igreja. Jesus partilhou o Pão da Palavra com os apóstolos, com o povo. E nós estamos dispostos a partilhar também? Cristo ainda hoje continua a multiplicar os pães, a multiplicar as cestas básicas, promovendo vida e dignidade para as mais de 100 famílias que assistimos! Isso é possível graças à nossa confiança na Providência Divina e à generosidade de vocês.
E finalizou:
Observemos atentamente o que Jesus fez: tomou os pães, deu graças e repartiu! Ele quis nos mostrar a relação entre o pão da multiplicação com a Eucaristia. Quem compartilha, quem partilha a compaixão de Jesus com os famintos vive e cumpre hoje o Evangelho, sobretudo quando Cristo diz: tive fome e me destes de comer.